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Tudo aquilo que sou...
Eu logo vi que aquilo era areia a mais para o meu camiãozinho.
À luz do dia era sem duvida mais charmoso do que me lembrava. Cumprimentou-me com um beijo. Só um. Que raio...
E diz-me para irmos tomar café à praia, que o dia está bonito.
Não gostei muito da parte de irmos no carro dele, sou traumatizada com homens a conduzir, mas... quando vi o carro, tudo piorou. Audi TT.
Significa que tem no carro a potencia que não tem no corpo, que gosta de dar nas vistas, que não quer familia, que gosta de ser o centro das atenções e que pensa que conquista umas quantas pelo carro que tem. E eu acredito que o faça com muitas garotinhas.
(Só espero que a Audi não me processe por escrever isto)
O carro é giro, anda bem, tem estilo...mas preferia ir de carroça. Já sei que ao sairmos os homens que nos olharem vão pensar: cabrão de merda, com um carro daqueles. E as mulheres pensarão: puta de merda com um gajo que tem um carro daqueles.
Sugeri que podíamos ir de BUGA...mas ele não se mostrou interessado e eu lá entrei no carro, corada.
Falámos de coisas interessantes e banais, rimo-nos. Tem um sentido de humor de ir às lágrimas. E a páginas tantas põe a mão no meu joelho. Pois querido...
Chegamos à praia e saio do carro bem depressa para não ter olhos de outros em mim que possam ver-nos como um casalinho e ainda me rotulam de: a-gaja-que-engatou-o-gajo-pelo-carro-que-t Olho-o de longe e tem uns ombros, uns braços...melhor: um tronco daqueles tão satânicos que apetece trincar. Mas isso quer dizer que dedica muito tempoo ao corpo, o que tambem não é bom. Sentamo-nos com um solzinho bom e que sabe tão bem! Ele sorri-me como quem quer esconder. Tadinho, não é preciso. Tenho o dom ou a maldição de não precisar de palavras para entender as atitudes. Foi para a cama com todas, excepto uma. Claro que não foi ele que mo disse. Se lhe perguntasse dir-me-ia que não...talvez até jurasse pela saúde da avó (que já morreu). E por isso não lhe perguntei...ia achar ridiculo saber que me mentia. Quando percebe que eu já não estou a gostar muito de ser interrompida de dois em dois minutos por uma nova "princesa", resolveu que podiamos ir embora, jantar num sitio mais acolhedor. Não é isto que procuro. E com certeza não sou eu quem ele quer, portanto, melhor ficar por aqui. Sem duvida boa companhia para as moitas, para rir e um dia destes, na loucura, quem sabe? Porque raio um homem daqueles se meteu comigo? Eu sou a patinha feia, e ele com charme que transpira em cada poro...e homens assim, dão uma trabalheira do carago. Podia dizer que parecemos O Belo e a Monstra...mas exagerava demais...que aqui algures devo ter uma beleza qualquer! Eu sabia que o mal-me-quer não podia querer dizer boa coisa. Mas algo me diz, que lá no fundo, bem me quer.
E pronto... até aqui, com um pormenor ou outro, tudo bem...mas piorou.
Começou um desfile de gazelas. Entravam e sorriam-lhe. Chegavam à mesa e cumprimentou todas com um beijo. Só um. Penso que foram oito ou nove...que às tantas deixei de as contar. Estavam ali dois minutos que me pareciam meio século e iam embora.
Comecei a pensar que possivelmente todas elas já estiveram aqui sentadas com ele, nesta mesa a sofrer o mesmo que eu...e agora vingam-se.
E pelas carinhas que têm, possivelmente encantaram-se foi pelo carro. São daquele tipo tontinhas que se riem de uma palavra qualquer como se tivessem ouvido a maior piada. Coitadas...têm que andar tanto. Mas com esforço chegam lá, talvez no sofrimento. Enquanto tiverem a vida de graça, serão sempre assim.
O desfile vai continuando... caras de bonecas de porcelana...cheias de mamas pernas e cús. Todas tão perfeitinhas que dá nos nervos. Não sei o que faço aqui...nunca poderia competir com estas flores de estufa, logo eu que sou a imperfeição em pessoa.
Certas coisas não precisam de respostas. Facilmente uma mulher engana um homem, mas para enganar outra mulher, precisa pedalar bastante. E a atitude delas denunciou tudo. Não precisei de mais nada para saber.
E cansada de o continuar a ver com tanto charme...resolvi tirar o meu trunfo. Para que ele perdesse o encanto, imaginei-o na sanita. Dá sempre resultado.
Dou-lhe uma desculpa qualquer. Deixa-me perto do meu carro e diz que, mesmo sem a luz da lua, sou ainda mais bonita. Dá-me um beijo. Só um. E pergunta-me se me pode continuar a telefonar.
- Claro. Quando quizeres.
Tenho esta mania de pôr defeito em todos. Tenho que parar...mas que culpa tem ele de ser bonito, ter um carro giro e de ter uma legião de mulheres aos pés???? Toda a culpa do mundo, digo eu.
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