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Tudo aquilo que sou...
Fotografia: Pedro Moreira
Obrigado por seres um contador de histórias.
Este, é o vosso resultado final.
"Vivia naquela indecisão e não sei porque decidi arriscar...
Decidi que por mais que o risco saísse fora da esquadria, tudo faria mais sentido do que manter-me circunscrita a uma realidade de esboço limitado.
Decidida a correr o risco, coloquei a mochila às costas e fui. Os limites da realidade são muitas vezes impostos por nós próprios e por vezes há que deixar a razão e ouvir o coração...e voltar aqueles lugares mágicos onde já fomos tão felizes...E decididamente era o que queria, toda a movimentação do fazer, refazer, escolher, e voltar a pensar no que levar de vestir, e fazer a mala mais companheira que poderia ter, sem nunca esquecer na bagagem o compartimento guardado com os momentos que vivi e sorri complementando toda a vontade do dia em que decidi partir...
Há que também procurar criar-se boas cumplicidades com novos lugares, sozinho(a) ou não. Umas viagens mais marcantes que outras é certo, mas isso é inerente à fase da vida de cada um e daí ficarem intrínsecas as especiarias de cada aventura na memória. Viajar é das melhores experiências que existem e enriquecedoras humanamente! É aquilo que a Mãe Natureza nos pode dar e é isso que temos de ver, sentir, cheirar... Contemplar...
Partir foi facil, não sinto falta de nada, lá para trás tudo se mantem no seu lugar natural. Á minha frente o horizonte é preenchido pelo desconhecido...
Mar, numa noite em que só tu o mar e as estrelas podem partilhar sentimentos que em outros tempos nos fizeram felizes aos dois. Recordo aquele beijo... Aquele beijo como se fosse unico...como se ao nosso redor nada existisse...era o nosso momento...o nosso lugar..
Nao quero voltar
quero continuar a caminhada...continuo com a mochila as costas e caminho
para onde?
Caminho agora com a certeza de que "não tinha de ser". As memórias, essas, ficarão para sempre. Morrerei sabendo que foste o meu primeiro e puro amor. Esperei alguns anos (o que é isso?) não sei se por ti se pelo que fui construindo e hoje é a minha vida. Fui traçando as etapas da minha viagem (tantas vezes interior e solitária...), fui colhendo os frutos que encontrei pelo caminho, umas vezes arriscando, outras segura de que era o mais acertado. Hoje falo de ti como de um irmão que continua a fazer parte do meu ser, que aprendi a amar de outra maneira. Como aprendi a amar o meu companheiro, como amo os meus filhos...Quando é amor, é para sempre, porque o coração, felizmente, é o órgão maior do nosso corpo e a nossa vida é o que dela fazemos. Enquanto isso, eu continuarei na minha busca de não sei bem de quê... Continuarei na minha luta para escolher os melhores caminhos para ser feliz, do meu jeito...
E carrego comigo todos os momentos, todos os sentimentos, todas as dúvidas que me fazem questionar o rumo que vou levando! Eu sei que te trago comigo, mas o que eu espero é que, desta vez, estejas realmente comigo! Será muito pedir que o tempo volte ao momento em que as nossas vidas se separaram, para lhe mudar o rumo?
Poderá ser hoje, ou amanhã, o reencontro, e nesse momento, tudo o que foi volta a ser e daqui para a frente o caminho não será só meu, será nosso, porque alguém disse uma vez, "a felicidade não está no fim do percurso, mas sim no caminho até ele" (se não foi assim, foi algo no género).
Tudo o que foi...Que ilusão era a minha! Nada volta a ser o que foi. Mas é preciso confirmá-lo, na pele, no sangue, na saliva, na alma. Ter a certeza. Ninguém nos diga que é ou pode ser de outra maneira. Ver para crer, não! Quase morrer para acreditar que o fim do amor é possível. Só assim poderás começar a construir um novo amor, pedra sobre pedra, muito cimento e cal e fel e fé. O caminho está à tua frente, faz dele o que desejares.
Como confissão: O melhor de partir, ainda é o prazer de regressar...
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