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Parabéns...

Confessado por Mulherde30, em 12.05.05

Hoje levei-te uma rosa. Como em todos os anos.
Sei que já não vale de muito, ou de nada. Mas sempre gostaste de flores e por isso sempre tas ofereci.
Dizias que as flores e as mulheres eram as obras primas de Deus. Eu acreditava. Acreditava porque sempre me falaste as coisas importantes sem mentiras, sempre me disseste até as coisas que me custavam ouvir. Mas por amor, nunca me magoaste.
E as palavras ficam para sempre, não as esqueci.

Hoje é o teu aniversário.
Não te posso dizer: Parabéns papá. Ou talvez possa. Talvez agora consigas ouvir o que diz o coração e já nem sejam precisas palavras.
É por ti que não temo o futuro. Por me teres dado a força e a coragem de seguir a vida por mais terrivel que tenha sido a nossa dor.

É saudade, sabes?
Por vezes é mesmo preciso deixar de ver para sentirmos que alguem nos faz falta. E tu fazes, tanta!
E não há um dia em que não lembre o porquê do meu nome, que me deste com uma razão, com um sentido. E não há um unico dia que não lembre de ti.
As coisas grandes exigem palavras ainda maiores...e tenho receio que as minhas simples palavras não possam dizer as grandes verdades acerca de ti.

Hoje o almoço foi silencioso... à nossa maneira lembramos-te e não é facil falarmos. Somos a familia que sempre quizeste e amaste. Amamo-nos e somos os alicerces uns dos outros. Só faltas tu. Tu que eras o principal pilar.

Nenhuma lágrima que derramo por ti é em vão, nenhuma. E custa-me sempre falar sobre o homem que foste e que és, porque dá aquele nó na garganta que se transforma em lágrimas...por raiva da vida te ter levado. Por dor de não te ter por perto, por não ter o teu riso que juntavas ao meu...por não ter as tuas palavras que sempre me apaziguavam o peito.

Sempre me falavas por parábulas. Recordo-me de me dizeres que, quando conduzimos o nosso pequeno barquinho em mar calmo, em vez de confiarmos, devemos ficar alerta. É nesses momentos de mansidão que mais facilmente perdemos o norte. E tinhas razão, como sempre. E ao longo dos anos, tenho perdido várias vezes o meu rumo.
Tu eras o meu verdadeiro norte.

É por isso que me orgulho de ser tua filha, de ter tido como pai um homem como tu. Um grande homem...

Neste instante em que te escrevo, as lágrimas deslizam num rosto e caem num peito cansado por estar tão vazio de ti!
Continua aqui perto. Não deixes que o teu rosto vá perdendo os contornos, não deixes que da minha memória se esbata a tua presença, a tua voz. Ainda recordo o teu cheiro.
Ainda imagino que a qualquer instante te possa ver outra vez.
Tenho saudades. A saudade não se explica...
Não te vejo, não te ouço e sinto-te.
Ilumina o meu caminho.... é por te sentir tão perto que nunca me sinto verdadeiramente só.


Amo-te, pai.
Mas tu sabes disso. Agora já sabes.

publicado às 15:30


Confessionário

De Caramba a 17.05.2005 às 00:29

De longe o unico artigo c profundidade q eu j

De conde a 28.09.2008 às 19:43

Diz lá


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