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Para relaxar...

Confessado por Mulherde30, em 30.04.05

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Cansada desta guerra, vou procurar a paz...
Hoje o dia está magnifico... vou para a praia, deliciar-me com os pés descalços que caminham numa areia fria. E vou sentir a brisa que acaricia a pele, que arrepia... e vou sorrir.
Não quero pensar em todos os amores que morreram antes de começar. Nem quero lembrar das paixões que não se vivem por medo...não quero.
Não quero pensar nas bocas que me falam que não querem uma paixão, quando um coração grita ao meu, que é tudo o quanto precisa para voltar a sorrir...

E como confissão:
A foto? A praia que é quase refugio para mim.
A fotógrafa? Euzinha.

publicado às 12:48

(IN) perfeições...

Confessado por Mulherde30, em 29.04.05

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Quero dizer, antes de tudo, que esta foto foi seleccionada pelo meu chefe.... e o chefe manda!
Ele diz que esta é poooootente, e eu acredito. Isto para não dizer que estou a escrever sob efeito de chantagem... ah pois. Ele disse-me:
- ou fica esta foto ou... usas lubrificante.
Como o unico lubrificante que existe por aqui é "Castrol", achei melhor pôr a merda da foto...contra a minha vontade! Por mim punha aqui uma gaja toda nua com especial atenção para o sitio onde o sol não brilha... mas ele convenceu-me. Isto de gostos masculinos tem muito que se lhe diga. Mas o chefe é porreiro, e tem a vantagem de ser giro. E casado.

O rímel já desapareceu...com tanta lágrima, por tanto rir. Tenho a sensação que alem do açucar houve mais qualquer coisa no café porque ainda não parei de gargalhar.
Mas quero falar sobre a revista que o chefe recebeu. Pronto, já se está a ver que hoje mais ninguem trabalha...chegou a Maxmen. E eu fiquei piurça.
Ainda gostava de saber onde estava Deus no momento da minha concepção. Não me admira que os homens não queiram nada comigo! É que só aparecem por aqui gajas feitas de mamas, de barriguinha lisa, de pernas e cus perfeitos...e eu fico chateada, claro que fico chateada!
Possivelmente foi na hora em que Deus cochilou...e apareceu isto que sou. Mas diga-se (sem modéstia) que sou muito mais vitaminada que estas miudas sem sal... eheheheh
Deixo aqui o meu protesto.... será que não há homem que goste de ver umas mamitas caninas????? Puxa, que mau gosto!

Pronto, página sim, página sim lá está uma publicidade com uns gajos girotes e apeteciveis... mas estão muito mais vestidos e isso não é justo!
Podemos encontrar uns na pág.11, 23, 29, 39 (mas este está de mão dada a uma louraça), 41 (hummmmmm)...e já chega.


E como é possivel haver um concurso para "a mais bela da freguesia" e ninguem me avisar????? Medrosas, sabiam que eu ganhava, não era? Sim, porque a vencedora!.... eheheheheh...

E parti-me a rir com uma pergunta feita: "A minha companheira gosta de me bater no acto. Eu cá até nem me importo, mas as marcas começam a ser desagradáveis. Como pará-la?"...tenho que assinar esta revista! Sim, já que não faço desporto, pelo menos exercito os abdominais de tanto rir...
Fala-se de tudo! Há uma stripper portuguesa que escreveu um livro...quer dizer que eu nunca vou ter hipótese. Sim, ela vendeu umas cuecas de 15€, por 300€!!!! Pronto, foi a um japonês...mas continuam a ser 300€! Com uma história destas quem ia comprar umas confissões???

Mas a páginas tantas, percebo que ainda tenho hipótese. A garota da capa, Carla Matadinho (que não faço ideia quem seja, mas penso que andavam fotos dela na internet a levar no...bujão), toda perfeitinha, (feia mas perfeitinha), a meio da entrevista diz que a convidam para tomar café! UAU!!!! olha que giro, a mim tambem!
E diz que não gosta de soutien com caixa...ha...ha...ha. Tambem há aqui uma semelhança: ela não precisa de soutien...eu tambem não! Mas claro, por razões diferentes. Eu não tenho mamas para encaixotar...ela, mesmo deitada tem as dela em pé!
Mas venço-a num pormenor: diz ela que se não fosse manequim (manequim? nunca tinha ouvido dizer que quem dá o cu é manequim, mas pronto, devo estar confundida com alguma outra), engordava. Pois eu, como, como, como...não sou manequim e não engordo! Toma lá Carla que é democrático!
És loura, perdoo-te. ( e aqui entra um novo processo em tribunal desta vez por...sei lá! Por dizer a verdade não pode ser, portanto deve ser por difamação.)


Mas o destaque da revista é sem duvida "como explorar manualmente"...leiam, leiam! Aprendam!
" a cada dedo que adiciona, eu relaxo e abro-me, ficando mais excitada" ehehehehehhehe...lá vão desaparecer os dedos das mãos e pés... e outros que venham!
" quanto mais devagar começar melhor. Consigo vir-me em 5 minutos, mas se ele me excitar por meia hora é muito mais intenso." A sério???? não me digas! Puxa, estas putas sabem mesmo tudo...ai putas não, manequins!

O chefe continua embasbacado a olhar para as personagens... quem tem que trabalhar, quem é?
Tenho que assinar esta revista, sempre me fica mais barato que um ginásio...mas continuo chateada por andarem a pôr estas fotos de gajas que são manequins...e depois os homens perdem a cabeça. Mas ainda têm outra.


Que aproveitem bem a cabeça que sobra...eheheheheheh

publicado às 16:39

Teóricamente...(interdito)

Confessado por Mulherde30, em 28.04.05

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Teóricamente morrerei aos 60 anos.
Claro que se não fumasse poderia esticar-me até aos 70, mas pensando bem, seriam 10 anos em que o corpo não responderia aos impulsos do cérebro...e nessa altura possivelmente o cérebro já nem existiria, pesar de saber que serei uma velhinha toda enchuta. É possivel que o meu unico neurónio sobrevivente não aguente tanto.
Teóricamente poderei ter Parkinson...o que me facilitava a vida: posso esconder os meus próprios ovos de Páscoa.

Supondo que me fique pelos 60, significa que estou precisamente a meio da minha vida.
Se for a pensar que durante estes anos restantes poderei ter uma vida ainda mais complicada, posso tirar 9 meses por gravidez (já que se vive num estado de tal graça que nada mais importa), posso tirar mais 8 meses, no mínimo (enquanto a criança não me deixa dormir),tiro 2 meses por estar com gripe (porque fico sem cabeça para mais nada), tiro 39 meses (credo, tanto!) em que estou com o período (dias em que nem me aguento a mim própria).

Isto quer dizer que aos 30 posso retirar quase 5 anos...faltam 25.

Tambem posso morrer a atravessar a passadeira. Pode cair-me um meteorito em cima. Ou mais: nos dias em que me dá na cabeça para ir para a auto estrada sentir adrenalina, posso bem ter um acidente de viação.
Quer dizer que é possivel que tenha muito menos tempo de vida do que imagino.

A ideia não me agrada muito. Posso dizer que não me agrada nada.
Na verdade são só uns míseros anos que tenho pela frente, com tudo por fazer. Não pode ser assim.
Ainda não vivi a vida que tenho, que é minha...é o que sinto. Que ainda nem sequer comecei a viver. E tenho pressa.

Não quero esperar...esperar o quê? Preciso nascer com urgência.
Quero sentir a vida a correr nas veias, sentir que pode não haver amanhã, que amanhã posso não acordar...e quem irá ler os meus livros?
Quem irá viver por mim os amores que podiam ser e não foram? Quem terminará todas as histórias que tenho por acabar?

Ninguem... esta vida é só minha. E hoje eu posso escolher qualquer caminho. Posso decidir sofrer ou amar de todas as formas possiveis...nas tantas formas de amar.
Preciso comemorar tanta coisa...
Tem que ser hoje. Tenho que dizer a quem gosto de verdade, que gosto de verdade. Tenho que deixar as palavras que estão presas, sairem.
Não me apetece sentir que ficou tudo por fazer...não quero isso.

Não quero adiar a vida em esperas inuteis. Se sou feliz assim, mesmo faltando tantas coisas, quero brindar, em forma de agradecimento.
Quero agradecer cada segundo que tenho ao meu dispôr, antes que a cortina se feche...antes que tudo termine.
E se esse ultimo dia for hoje?
O espaço voltará a ficar vazio, tal como estava antes de eu chegar. Alguem sentirá a ausência? Saudade?
E quando já não houver lembrança do que fui, quando já não houver memória, quando já ninguem sentir falta, aí sim...fica o espaço. O vazio.
Quando partir, toda a vida continua...sem mim. Mas enquanto cá estiver quero encher este vazio de mim, de tudo aquilo que sou.

Mas não quero mudar nada . Quero ser este emaranhado de confusões, porque gosto. Quero continuara a rir daquilo que sinto, que penso, que sou...a rir-me de mim. A ver sempre o lado mais cómico de tudo, tirar proveito das coisas mais não seja para aprender. Continuar a acreditar que não há más experiencias.
Quero continuar a acreditar no melhor das pessoas.
E quero, acima de tudo, sentir sinceridade nas palavras. Isso sim, é o meu objectivo. E sei que vou conseguir. Haverá um olhar que me dirá que sim, que há verdade nas palavras. Que as palavras nem sempre são vãs. Que podem ser sentidas e intemporais.

E vamos combinar? É preferível ter uma puta de vida que uma vida de puta. A vida é ingrata? Que se fo**! Eu estou viva! E nem vale a pena pensar no que poderia ser...faltará sempre alguma coisa.


Quero viver todos os amores... todos.
Quero viver todas as loucuras e sentir a pele que se rasga, por amor. Não vou perder para só depois sentir a falta. Não terei no sexo o consolo, só porque me falta um grande amor. Eu tenho tantos pequenos grandes amores... e vou dizê-lo.
Cada coisa a seu tempo... antes de existir fruto, houve uma flor.
E chegou o tempo exacto. Quem sabe possa ainda ter tempo para ouvir as palavras que corações teimam em calar?
Quero viver. Apaixonar-me por tudo o que tenho em mim, por tudo o que encontro nos outros.
E continuar estes poucos anos que faltam, sorrindo. Afinal sou uma heroína...e as heroínas morrem de pé.


Não será amanhã, é agora.

publicado às 12:34

Porque não????

Confessado por Mulherde30, em 27.04.05

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Eu bem que podia ser lésbica. OK...possivelmente o peso da sociedade que me recriminaria não seria agradável... mas lá no fundo tem que existir coisas boas.
A principal é que podia levar as conquistas lá para casa que a mãmã não desconfiava. Já está habituada a ver as amigas que quase lutam por ocupar aquele lado da cama.

Tambem vejo algumas desvantagens.
Por exemplo: corria o risco de chegar a casa e apanhá-la a usar o MEU vibrador, a MINHA roupa interior, os MEUS cremes, perfumes e afins.

Mas sem duvida que vejo imensas vantagens.
- se a depilação estivesse a 10%, ela ia compreender. É normal que nem sempre nos apeteça ocupar o tempo livre a sofrer.
- não podia dar desculpas que não sabia passar a ferro, lavar roupa, louça, etc
- se estivesse na praia a gozar o sol, às seis da tarde não ia ouvir: querida vamos embora que vai dar o sporting
- nos dias de neura, ia entender que temos dias ruins e não ia fazer perguntas que quase nos fazem subir paredes.
- as sessões de sexo não deixavam os lençóis sujos de esperma.
- não precisava tomar a pilula
- depois das sessões de sexo tinha com quem conversar
- possivelmente tinha sempre companhia para as compras
- com paciencia ainda me ajudava a esticar o cabelo
- se lhe dissesse para me comprar pensos higiénicos, não ia ter como resposta: achas? que mau aspecto chegar à caixa com isso!
- podia dormir com o pijama polar azul estampado com ratinhos e meias de lã de ovelha. Se fosse homem, mesmo com 8º negativos tinha que fazer o esforço de vestir camisinha transparente e rendada... e o pobre ainda pensava que os mamilos duros era por estar excitada! Tadinhos...
- se tivesse na cama 3 edredons de aquecimento não ia reclamar
- se saisse à noite podíamos ir juntas ao wc da discoteca e talvez...
- as hipóteses de ser traída diminuiam drasticamente...visto que mulheres há muitas mas nem tantas para se deliciarem com outra mulher.
- com sorte, não precisava explicar que o ponto G existe e onde está
- saberia que o corpo tem muito mais que pede carícias...não é só a ..., o rabo e as mamas
- deviam existir poucos arrotos lá em casa e muito menos peidos de trovoada
- não teria super cola 3 entre a mão e o comando
- não assitia à degradação a vê-la coçar os tomates e cuspir para o chão
- não passava horas a jogar playstation ou a ver filmes de guerra
- e seria sensivel, talvez com aquela sensibilidade de pólen, que sabe quando erra e que além disso, reconhece-o (quem dera que os homens fossem assim)
- saber que, afinal, uma pila não faz assim tanta falta
- ...
- ...
- ...

Com tantas vantagens, sinceramente, não sei como ainda gosto de homens...

publicado às 12:24

Para ti...

Confessado por Mulherde30, em 27.04.05

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Hoje não vou abrir os estores para deixar que o sol, que já brilha lá fora, inunde o quarto de luz. Não vou saltar em cima do colchão, lançar-me a ti e acordar-te, enchendo-te o corpo de beijos.

Não vou buscar o presente que já tenho escondido há tanto tempo, entregar-to e dizer-te ao ouvido: Parabéns. E ficar numa euforia para que abras e possa sentir se gostaste.
Não vais encontrar recados meus por toda a casa a desejar-te bom dia, dizendo apenas "amo-te" ou que voltes cedo para casa.

Não vou andar atarefada a fazer sobremesas para os amigos que virão mais logo, para te cantarmos uma canção inventada por alguem e sem sentido nenhum... e que tu não gostas. Mas só eu sei disso.

Quando eles forem embora, não te vou pegar na mão para irmos passear à beira do rio, ver as luzes que se reflectem, como estrelas, numa água turva.
Não vamos brindar "a muitos" agarradinhos no sofá.
Não vou fazer amor contigo nem sussurrar-te ao ouvido que és a parte que sempre faltou na minha vida.

E mesmo assim, aqui de longe ou de tão perto, desejo-te um dia repleto de coisas boas.
Preferia não saber que te sentes assim nesse desespero, pelo menos hoje. Apesar de tudo, a tua dor faz-me sofrer...
E desejo que encontres sempre discernimento para escolheres os melhores caminhos, por toda a vida.


Parabéns...

publicado às 11:05

Bem- me-quer

Confessado por Mulherde30, em 26.04.05

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Eu logo vi que aquilo era areia a mais para o meu camiãozinho.

À luz do dia era sem duvida mais charmoso do que me lembrava. Cumprimentou-me com um beijo. Só um. Que raio...
E diz-me para irmos tomar café à praia, que o dia está bonito.
Não gostei muito da parte de irmos no carro dele, sou traumatizada com homens a conduzir, mas... quando vi o carro, tudo piorou. Audi TT.

Significa que tem no carro a potencia que não tem no corpo, que gosta de dar nas vistas, que não quer familia, que gosta de ser o centro das atenções e que pensa que conquista umas quantas pelo carro que tem. E eu acredito que o faça com muitas garotinhas.
(Só espero que a Audi não me processe por escrever isto)
O carro é giro, anda bem, tem estilo...mas preferia ir de carroça. Já sei que ao sairmos os homens que nos olharem vão pensar: cabrão de merda, com um carro daqueles. E as mulheres pensarão: puta de merda com um gajo que tem um carro daqueles.

Sugeri que podíamos ir de BUGA...mas ele não se mostrou interessado e eu lá entrei no carro, corada.

Falámos de coisas interessantes e banais, rimo-nos. Tem um sentido de humor de ir às lágrimas. E a páginas tantas põe a mão no meu joelho. Pois querido...

Chegamos à praia e saio do carro bem depressa para não ter olhos de outros em mim que possam ver-nos como um casalinho e ainda me rotulam de: a-gaja-que-engatou-o-gajo-pelo-carro-que-tem-e-quando-não-conseguiu-fez-o-golpe-da-barriga. Ou coisa parecida.

Olho-o de longe e tem uns ombros, uns braços...melhor: um tronco daqueles tão satânicos que apetece trincar. Mas isso quer dizer que dedica muito tempoo ao corpo, o que tambem não é bom.

Sentamo-nos com um solzinho bom e que sabe tão bem!
E pronto... até aqui, com um pormenor ou outro, tudo bem...mas piorou.
Começou um desfile de gazelas. Entravam e sorriam-lhe. Chegavam à mesa e cumprimentou todas com um beijo. Só um. Penso que foram oito ou nove...que às tantas deixei de as contar. Estavam ali dois minutos que me pareciam meio século e iam embora.
Comecei a pensar que possivelmente todas elas já estiveram aqui sentadas com ele, nesta mesa a sofrer o mesmo que eu...e agora vingam-se.
E pelas carinhas que têm, possivelmente encantaram-se foi pelo carro. São daquele tipo tontinhas que se riem de uma palavra qualquer como se tivessem ouvido a maior piada. Coitadas...têm que andar tanto. Mas com esforço chegam lá, talvez no sofrimento. Enquanto tiverem a vida de graça, serão sempre assim.
O desfile vai continuando... caras de bonecas de porcelana...cheias de mamas pernas e cús. Todas tão perfeitinhas que dá nos nervos. Não sei o que faço aqui...nunca poderia competir com estas flores de estufa, logo eu que sou a imperfeição em pessoa.

Ele sorri-me como quem quer esconder. Tadinho, não é preciso. Tenho o dom ou a maldição de não precisar de palavras para entender as atitudes.

Foi para a cama com todas, excepto uma. Claro que não foi ele que mo disse. Se lhe perguntasse dir-me-ia que não...talvez até jurasse pela saúde da avó (que já morreu). E por isso não lhe perguntei...ia achar ridiculo saber que me mentia.
Certas coisas não precisam de respostas. Facilmente uma mulher engana um homem, mas para enganar outra mulher, precisa pedalar bastante. E a atitude delas denunciou tudo. Não precisei de mais nada para saber.
E cansada de o continuar a ver com tanto charme...resolvi tirar o meu trunfo. Para que ele perdesse o encanto, imaginei-o na sanita. Dá sempre resultado.

Quando percebe que eu já não estou a gostar muito de ser interrompida de dois em dois minutos por uma nova "princesa", resolveu que podiamos ir embora, jantar num sitio mais acolhedor.
Dou-lhe uma desculpa qualquer. Deixa-me perto do meu carro e diz que, mesmo sem a luz da lua, sou ainda mais bonita. Dá-me um beijo. Só um. E pergunta-me se me pode continuar a telefonar.
- Claro. Quando quizeres.

Não é isto que procuro. E com certeza não sou eu quem ele quer, portanto, melhor ficar por aqui. Sem duvida boa companhia para as moitas, para rir e um dia destes, na loucura, quem sabe?
Tenho esta mania de pôr defeito em todos. Tenho que parar...mas que culpa tem ele de ser bonito, ter um carro giro e de ter uma legião de mulheres aos pés???? Toda a culpa do mundo, digo eu.

Porque raio um homem daqueles se meteu comigo? Eu sou a patinha feia, e ele com charme que transpira em cada poro...e homens assim, dão uma trabalheira do carago. Podia dizer que parecemos O Belo e a Monstra...mas exagerava demais...que aqui algures devo ter uma beleza qualquer!

Eu sabia que o mal-me-quer não podia querer dizer boa coisa.

Mas algo me diz, que lá no fundo, bem me quer.

publicado às 12:41

Mal... me...quer

Confessado por Mulherde30, em 25.04.05

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Habituei-me a ter no pára brisas recados. Desde sempre foi assim: publicidade, multas, recados de amigos, de desconhecidos, umas com propostas mais indecentes que outras, com nomes e numeros de telefone aos quais nunca liguei. Mas este foi diferente.
Quando cheguei ao carro estava um bilhetinho com um malmequer.

O bilhete dizia: "Olhei-te. Bonita. Depois vi-te e deixaste de ser bonita...és linda! Tenho ciumes do homem que te tem"
Assim, mais nada.
1º pensamento: foram as amigas...já devem estar naquela fase que me querem animar porque já não conseguem ver-me nesta gastura.
Mostro-lhes o bilhete e juram a pés juntos que não.
Eu sinto-me observada...mas continuo a pensar que foram elas. Isto não é atitude de homem! Que homem faria tal coisa? Pelo menos deixava nº de telemovel...para eu lhe ligar e esclarecer as coisas. Dizer-lhe que nenhum homem me tem!
Mas continuo a pensar que foram elas.
Ou então é um que resolveu ir apanhar malmequeres toda a tarde e decidiu fazer isto em todos os carros...e a esta hora está aí numa janela qualquer a mijar-se a rir....
Elas continuam a dizer que não participaram de uma coisa tão romantica...pois sim.
E porquê um malmequer?
Continuo a pensar que foram elas...mas porquê um malmequer?
Possivelmente roubou-o num jardim, já que nenhum outro carro tem bilhete
Mas quem será? Com certeza que foram elas... eu não conheço aqui ninguem. Até foi a primeira vez que vim a este bar.
Com certeza que foram elas, só pode. Elas dizem que não.
Vou para casa e pergunto-me mas porquê um malmequer???? O que é que isto quer dizer? Hummmmmm....suspeito!


Dia seguinte....todas de novo para as moitas. Vou de azul. Gosto.
Pago e vou para o carro esperar por elas...está um frio de congelar o espírito.
Outro bilhete? Com um malmequer?????? Ai que merda, tomates para isto.
Mas quem se dá ao trabalho de ter a mala do carro cheio de malmequeres para andar de caçoada comigo?
O bilhete diz: "continuas linda, linda, linda."
Mas só podem ser elas! Como é possivel em dois dias seguidos, em sitios diferentes.... são elas....
Como ando muito asneirenta, começo a falar sozinha e a dizer:
- Mas estas gajas, c'um car****, agora deram para andar a gozar comigo? Fuck. É que já não tenho co....
- Olá.
- Fo**-se, que susto...digo eu com um pulo.

Mas quem é este gajo???? Não, de certeza que não foi ele que escreveu isto...bonito demais para se dar ao trabalho
Já sei: elas devem ter-lhe pedido por favor...tou mesmo a ver!
- Eu sou o..... e declaro-me culpado pelos bilhetes.
- Eu sou a Raquel.
Dá-me um beijo. Só um. Homem nenhum dá só um beijo, mas está bem. Continuemos.
- Não vás já embora...vem para dentro vamos dançar.
Deve estar bêbedo com certeza. Parece-me que deve estar a gozar comigo. Mas desde quando é que um homem assim ia olhar para mim? Não me cheira muito bem, mas arrisco.

Eu nem estava com vontade de ir embora, elas é que já estavam rotas...e por isso, aproveito a oportunidade. Vou com ele para dentro e "descarto-me" delas. Ficam a olhar para mim e a rirem-se, no gozo. Se foram elas, obrigada, escolheram muito, muito, muito bem.

Começa o ritual de acasalamento. Ele é interesante, sorriso bonito, mãos bonitas. Tem uma voz rouca. É sem duvida um homem com postura. Alto, moreno...
Como uma mão puxa outra e por aí fora, os corpos vão-se roçando...as coisas estão a ficar muito intensas. Diria até quentes.
Bebe-se uma bebida e outra... e diz-me:
- Queres vir até minha casa? Conversávamos mais à vontade.

Aiiiiiiiiiiii...e agora? Tou mesmo a ver...mais à vontade deve querer dizer sem roupa. Posso ser sincera, mas é melhor desculpar-me. Podia dizer-lhe: sabes, és giro e tal, mas não me apetece nadinha dedicar-me a momentos satânicos contigo...
Então esforço-me e tento pensar. Ora bem, se me diz isto é porque mora sozinho. Não me convidada se morasse com a namorada. E daí não sei!
Não me ocorre nada de inteligente para lhe responder. Mas a esta hora os neurónios já se encontram a dormir e por isso é compreensivel.
Respondo-lhe que não.
Olha que bom, não se mostrou nada surpreendido.
Sai comigo e dá-me outro beijo.
Que coisa, deve ser do tipo de lançar charme... onde já se viu dar só um beijo? Mas até acho interessante, por enquanto.


Agora estou de saída, vou tomar café com ele. À luz do dia vou ver as coisas doutra maneira. Cá por mim é perfeito demais...e isso faz-me desconfiar. Mas vou pagar para ver. Até pode ser uma pessoa fenomenal...mas suspeito que deve ter defeito. E é possivel que seja um defeito maior que todos os meus juntos.
Mas não perco nada. Vou, depois logo vejo.

Se ele tivesse deixado outra flor...mas um malmequer! Deve ser mau presságio.

publicado às 17:34

Melancolia...

Confessado por Mulherde30, em 23.04.05

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Hoje não me apeteceu sair da cama.
Queria ficar ali a ouvir a rádio e a chuva que cai, miudinha, lá fora.
Queria ficar numa melancolia que não é tristeza...que é estado de alma, de ser.
Queria ficar perdida em lembranças que me pudessem fazer sorrir... mas um sorriso tem mais valor quando é partilhado...

Queria lembrar que gosto da chuva, afinal. Que tenho a saudade dos beijos de chuva... de lábios que se procuram e que entre um olhar e outro, se encontram e se misturam com gotas de água. Beijos partilhados...
Queria ficar enroscadinha em mim. Buscar as respostas certas para perguntas que ficaram por fazer. Descobrir verdades que não são minhas, quem sabe até libertar-me do peso dos segredos.


Queria ter conversas de travesseiro, fazer amor. Mas daquele amor que não é urgente...um amor, tambem ele, melancólico. Um amor que se faz quase em silencio...por amor. Quase um amor sofrido.
Ter um peito onde me encostar a sentir um coração que batesse compassado, melancólico.
Um deslizar de mão pelas costas, pelo rosto pelos cabelos. Mas esse corpo não existe, não estava lá. Ninguem dividiu comigo o som da chuva que batia na janela.

Não me abracei nem abracei ninguem... não há ninguem para a braçar numa cama que já nada tem para me dar... uma cama que de tão imensa fica vazia, com espaços, tantos, por preencher. Uma cama melancólica, como eu. Como me sinto hoje.

E por me saber melancólica, levanto-me. Obrigo o corpo ao que ele não quer.
Saio de casa, sorriso num rosto... rosto que olho ao espelho e que sei que um dia, conseguirei encontrar aqui dentro uma Raquel que eu possa amar. E que alguem possa amar, de verdade.


Quem sabe amanhã?...

publicado às 12:25

Cumplicidades

Confessado por Mulherde30, em 22.04.05

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Tenho dias assim.
Sou exagerada em tudo o que digo, o que penso e muitas vezes até no que faço. Sou extremos de mim. Mas se deixasse de ser assim, deixaria de lado aquilo que sou.
Num dia quase desespero, no seguinte vem de novo a esperança...e muitas vezes chega através das coisas mais simples. Uma voz, uma palavra, uma lembrança...e eu volto a acreditar em tudo outra vez.


Saio do trabalho, agasalho-me. O verão teima em não chegar. Sento-me numa esplanada a ver o sol que, envergonhado, vai dando lugar à noite, escondido por nuvens.
Tomo um café, fumo um cigarro. Finjo que todos aqueles piropos não são para mim...hoje não me apetece.
Fico sentada deixando que pensamentos e sonhos me povoem a mente...e deixo-me sorrir.

Quando a noite chega, entro no carro...ouço musicas que me dizem tanto! Palavras que alguem escreveu, quem sabe, num dia como este.
E conduzo por estradas que nunca me levam a lugar nenhum...
Pelo rosto deslizam lágrimas e nem sei se serão de tristeza...talvez não.
Talvez chore porque...

Talvez porque a solidão pese. Nem sei se será solidão, talvez seja um vazio que não se preenche porque não há quem o consiga preencher. E sei que estou só porque não pode ser de outra forma. Talvez tenha que ser assim.
Um dia o amor chegará. Na forma de outro homem, com novo rosto, novos gestos... com um amor que possa trazer aquela cumplicidade que sempre se sente a falta.
E não é mau estar-se só quando se sabe que do nada, tudo muda.
Que num outro corpo encontrarei os pedaços que faltam no meu. Que me encontrarei algures num sorriso, num toque. Quem sabe me encontre no dia em que alguem se encontrar em mim. Há tantos outros como eu! Outros que se perderam lá atrás...e só se querem encontrar...perdendo-se em alguem.
Todas as histórias de amor são iguais...
Mas tenho o coração leve, a alma livre. Espero apenas. Sei que o amor se pode encontrar sem procurar.

Penso nos amores passados...cada um que chegou com a mesma intensidade. Cada um que a seu tempo foi embora. Não foi um dia antes nem um dia depois...foi no dia previsto. Com ou sem tumultos, com ou mais dor, mas no dia em que tinha que terminar...e por todos ficou o carinho.
Como que um agradecimento que o coração diz sem palavras pelas coisas boas que ficaram na lembrança.
E como no passado, a história irá repetir-se. Quem sabe até com força maior.

Já não sei por onde ir... já cruzei tantas vezes estes caminhos! A musica continua a tocar baixinho. E eu, aqui sozinha, ainda consigo emocionar-me com o som de uma viola.
Sou assim...rio por tudo, choro por nada.
Mas há dias em que não me apetece rir nem chorar, como hoje. Apetecia-me um abraço. Um abraço apertadinho que conseguisse fazer-me sorrir...ou chorar. Um abraço em que as peles se encostam e se queimam porque se gostam...um abraço de carinho. Daquele carinho que não precisa de mais nada. Daquele carinho que fala em silencio e que só um outro coração que gosta de verdade consegue ouvir.
Mas não o tenho...

Vou para casa e deito-me. Deito-me numa cama onde já não habita o amor.
Deito-me e deixo que o sono, durante a noite, me traga uma vida com essa ternura, com essa cumplicidade...com um amor. Com tanto que sinto falta. Deixo que o travesseiro me fale baixinho e aquiete o meu coração...e imagino que os lençóis são os braços de alguem que me possa querer bem...

Deito-me. Sozinha.

publicado às 19:12

6 meses...

Confessado por Mulherde30, em 21.04.05

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Há seis meses que ando por aqui...neste espaço vazio.
Espaço que vou preenchendo com tanto de mim...


"E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos."

publicado às 10:43

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