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Tudo aquilo que sou...
Fotografia: Raquel (eu mesma)
Dia 27 de Abril, Évora, uma hora da madrugada, 19º...
Jantei na Adeguita do farrobo. Foi um jantar só mas não solitário. E as migas de espinafres, o queijo o pão... tudo faz pensar que nem sempre ter companhia significa estar acompanhado.
O vinho branco deixou-me inebriada... e quando saí, apeteceu mesmo foi caminhar de mãos dadas ou em abraços.
Mas fui sozinha. A vida lá vai ensinando que de nada vale insistir na companhia.
Caminhei por toda a cidade...
Ouvi-a, escutei os passos de todos quantos estiveram aqui, neste mesmo sítio, ao longo de tantos anos...
E ouvi-me... com um céu imenso a pulsar por mim.
Como confissão: E porque por vezes me dá para isto, porque não partilhar com quem aqui vem, uma das minhas muitas formas de ver o mundo?
Fotografia: Raquel (euzinha)
Para esquecer a euforia dos dias que se tornam em noites e de noites que se prolongam por dias...
Para lembrar o sossego de dias do Alentejo em que tudo parece acontecer devagar.
Porto Côvo. Ficaria para sempre num sitio assim... e quando inspiro, ainda sinto o cheiro a maresia de todas as vezes que por ali fiquei e vivi numa languidez de sentidos.
Seis anos depois, tudo parece igual. E quantas mudanças dentro de mim!
As férias são assim, servem como metamorfoses. Esquecer uma época e prepararmo-nos para começar outra. Transformando quase tudo em nós...tudo sem quase nos darmos conta....
Mesmo estas em que parti sozinha sem saber muito bem onde a estrada me iria levar.
Fotografia: Alexandre Costa
Eu sei que tudo passa. Eu sei que o tempo sempre nos faz o favorzinho de esquecermos ou de, pelo menos, não lembrarmos.
Portanto, porque raio me estão sempre a dizer o mesmo? Que merda.
Ah que tal, esquece.
Parte para outra.
Homens há muitos.
Ele não te merece.
Blá blá blá...
É que quem vos ouve pensa que tudo é facílimo!
Falar é sempre mais facil, não é? Mas...e a fórmula?
E a fórmula?
Onde está? Quem a tem?
Vá, descubram... enquanto isso, vou ali e já (me)venho.
Tmn...
Fotografia: sweetcharade
Nas construções que vou fazendo por dentro de mim, não deixo de ver que lá fora, tudo anuncia uma primavera...
E cá dentro de mim, as amarras que nem sempre nos podem prender, vão-se soltando, devagar.
Aos poucos, começa a doer baixinho...
Ficam restos de tudo o que foi, do que ficou por ser.
Colam-se devagar todos os cacos, vem a esperança, a força e a garra de viver.
O sangue que corre nas veias, que nos obriga a rasgar a pele.
E a minha vida, está toda aí, a chamar por mim.
Como confissão: nem sempre me é fácil olhar-me por dentro, nos espaços escuros de mim. É mais fácil ver-me pelos olhos de quem me quer bem, que me falam de todos os defeitos, de todas as virtudes.
Depois, dou por mim nos lugares que amo, que me são especiais. Vejo um campo de papoilas, vejo Porto Côvo... e sei que tudo ficará maior.
Arrasto comigo todos os amigos. Aqueles que me falam e os outros que me escrevem.
Os amigos, aqueles que me fazem sentir que a vida não é existir sem mais nada.
A vida serve para dar amor. Todos os tipos de amor.
Mesmo que nenhum amor dado seja correspondido...
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