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Sentidos...

Confessado por Mulherde30, em 28.06.07

rogerio felicio.jpg
Fotografia: Rogério Felicio

- Vens cá dormir?
- Vou.

Ainda bem... gosto de te ter perto de mim.


Os cabelos, ainda húmidos, caem pelas costas desalinhados.
A pele é seda. A lingerie é da cor de um fogo escuro mergulhado em rendas.
Coloquei o cinto de ligas, a camisa que, transparente, te provoca o desejo.

O relógio, teimoso, recusa-se a acelerar o tempo.
E eu já sinto as mãos que palmeiam o corpo, a pele em desnudo.
Já sinto o peito colado ao meu.
Os teus cabelos entre os dedos que os puxam.
As unhas cravadas na pele das tuas costas.

Toco-te a pele suada, escorregadia

O sabor do teu sexo, entumescido

Ouço o teu gemer baixinho

O teu cheiro em mim

E vejo-te numa dança do prazer do corpo. Tu num movimento vagaroso a entrar em mim...

E tudo fica tão longe quando amanhece e te vejo adormecido ao meu lado. Provando no silêncio, na luz do dia, que passaste a barreira do sonho...

Não te demores.

publicado às 00:13

Encontro na Veneza Portuguesa...

Confessado por Mulherde30, em 17.06.07

farol guilherme limas.jpg
Fotografia: Guilherme Limas


Tu ainda não sabes… mas vais viajar.
Para onde?, perguntas tu.
Veneza, respondo-te eu.
Então é o seguinte…. Vamos preparar a festa deste blog. Já é tempo de nos vermos.
A ideia é simples… preciso de ideias!

Dia: 28 de Julho ou 4 de Agosto?
Ponto de encontro: Praia da meia laranja, Barra, Aveiro. Para quem não conhece, é a praia que fica atrás do farol que se vê na foto.
Ter a tarde e noite de sábado para nos juntarmos, vermo-nos, falar. Conhecermo-nos um pouco. Socializar, divertir.
Claro está que para isso, preciso saber quem quer estar presente. Só depois, posso pensar num sitio para jantar, um lugar onde terminar a noite, dependendo do numero de “associados”.
(cá para mim, continuo a pensar que quem vai aparecer sou apenas eu e o Ernesto… convém dizer que a ideia também está a ganhar contornos com a ajuda dele)

Aos de longe, sempre podem passar o final de semana na Veneza Portuguesa. Vou deixar, depois, números de telefone dos Hotéis da zona.
Podem passear nos moliceiros na ria, comer ovos moles. Conhecer as praias, as ruas, a cidade.
Podem trazer companhia e tornar o final de semana romântico ou divertido. Pelo menos aqueles que sentirem que não se vão sentir bem sem conhecer ninguém.

Preciso também pensar em algo para nos identificar.

Eu sinto-me um pouco esquisita. Até porque me parece que não me sentirei muito bem se vocês souberem quem sou. Afinal, somos estranhos. Por isso, parece-me que podemos ir todos assim, como anónimos. E depois? Depois logo se vê…

Quem pensar em vir, pode sempre deixar no comentário ou no mail, um aviso.
E não se ponham com essas merdas de dizerem que sim e depois não aparecerem.

O convite estende-se a todos. Aos que vêm aqui desde sempre, os que apareceram hoje, os que comentam e os outros.

Portanto, vamos lá tentar organizar a coisa… que me parece que nem seja assim difícil, desde que se lide com pessoas de palavra.


Agora, espero ideias. Conseguimos pensar melhor em grupo. Acho eu.

publicado às 12:48

Que neura!...

Confessado por Mulherde30, em 11.06.07


Esta procura de trabalho põe-me os nervos em franja. Dá-me um nervoso miudinho...
Fica dificil seguir com a vida. Quando me divorciei e saí de casa, voltei para casa da mãmã numa situação provisória. Pois... o acampamento já dura há 3 anos.
Com estes ordenados, como é possivel sobreviever? Já nem me atrevo a dizer viver.
Jantar fora? Cinema? Roupa? Livros? CD's? Sapatos? Perfume? Não sei que merda é essa.
Pois... isso é para os ricos.
Como em casa, leio os livros que me oferecem no Natal e aniversário, ouço a RFM... Pronto, não ando nua nem descalça. E tambem não cheiro mal que a minha colecção de perfumes feita em tempo de vacas gordas, ainda existe.

Como se não bastasse, recebo um mail. Referente a um artigo que escrevi a 5 de Outubro. E nem sei se deva rir, ou chorar...

"Recebemos nos nossos serviços reclamações em relação aos conteúdos
publicados no seu blog http://mulherde30.blogs.sapo.pt mais exactamente de
uma foto (http://mulherde30.blogs.sapo.pt/arquivo/798423.html) que de acordo
com a queixa, não dispõe dos direitos de autor da mesma. Apesar de o SAPO
ter optado por não remover o seu blog deve estar consciente que poderá ser
responsabilizado civil e criminalmente por qualquer ilegalidade que os
conteúdos publicados por si possam conter ou provocar. Deve ainda garantir o
cumprimento dos termos de utilização dos blogs do SAPO, termos esses que
aceitou cumprir quando criou o seu blog, nomeadamente...


(...) O Utilizador identificado como o autor do registo de um espaço é o
único responsável pelos conteúdos disponibilizados nesse espaço.

Assim, qualquer informação, dados, textos, software, música, sons,
fotografia, gráficos, vídeos, imagens ou outros materiais quer expostos
publicamente ou privadamente transmitidos são da única responsabilidade do
Utilizador que registou o espaço. (...) O Utilizador concorda em não
utilizar o Serviço disponibilizado para os seguintes fins:

(...)

f) disponibilizar, transmitir, enviar qualquer conteúdo que infrinja
qualquer registo de patente, marca, segredo industrial, ou qualquer tipo de
registo autoral de qualquer pessoa, entidade ou instituição.

(...)

O Utilizador concorda em fazer uma utilização responsável e cuidadosa do
Serviço disponibilizado pelo SAPO. (...) O incumprimento de qualquer das
presentes regras confere ao SAPO o direito de suspender ou cancelar e/ou
remover o blog do utilizador, com ou sem prévio aviso. (...)

Estamos ao seu dispor para qualquer esclarecimento adicional, agradecemos
contacto através deste email (sapo@mail.sapo.pt).



Ao dispôr,"


Fico aqui a pensar o que querem dizer com "direitos de autor".
Se no inicio raramente colocava o nome do fotógrafo, há muito que me preocupo com isso e quando não sei, coloco um simples ponto de interrogação.
É que a foto tem o nome do fotógrafo. Se está lá, tirei-a de algum lugar... se a tirei, é porque é possivel sacá-la. Se o incomoda ver as suas fotos noutros lugares, mesmo com a indicação do seu nome, que não as coloque disponiveis.
Possivelmente o dono da fotografia esperava que eu, Raquel, lhe passasse um cheque. Deve ser... tem é azar.

Ele há com cada um...
Isto é só para vos informar que amanhã retiro a fotografia do blog. E se algum dia me esquecer e cometer o erro de colocar nos meus textos uma fotografia da autoria desse senhor, por favor meninos, recordem-me. É que não tenho a minima paciência para este tipo de gente.
Vai na volta, até já tenho um processo em tribunal...

Por favor... é preciso ter uma paciência! Fonha-se!

publicado às 21:04

Mudar a vida de lugar...

Confessado por Mulherde30, em 09.06.07

marta canas.jpg
Fotografia: Marta Canas


Se no lugar da paixão, o amor.
Se no lugar de nuvens carregadas, o sol.
Se no lugar do pijama de cetim, os teus dedos.
Se no lugar dos lençóis, o teu corpo.

Talvez no lugar da distância, a tua presença...
Quem sabe assim as horas não se arrastassem tão devagar, nem eu sentisse os braços tão vazios e a alma desamparada.

Talvez no lugar do nada, o tudo...
Quem sabe assim não te sentisse a falta... e o silêncio fosse preenchido com a tua voz.

Se no lugar da saudade, tu.

publicado às 19:45

Relato oficial...

Confessado por Mulherde30, em 07.06.07

Lasvegas.JPG
Fotografia: Raquel (euzinha)

Agora que já organizei as respostas das cartinhas acumuladas na caixa de correio, que já vos respondi aos comentários...
Agora que já matei as saudades da familia, dos amigos...
Agora que já namorei muito (mesmo sabendo a pouco)...
É hora.

Quero partilhar. Dizer que se ao partir senti medo, parece-me agora um mal necessário.
Adorei sentir na pele uma forma estranha de liberdade. Sentir-me estranha. Ver-me por dentro e ver toda a minha vida de longe.
Era isso que pretendia. Foi isso que consegui.

Claro que eu, mulher rude do campo, sem nunca ter saído deste meu país à beira mar plantado (Espanha não conta), vi tudo de uma forma talvez muito maior do que realmente é. Mas na verdade, devo ter parecido uma burra a olhar para um palácio. Deslumbrada ao mesmo tempo que tudo me parecia esquisito.

Por fora não sofri nenhuma alteração. Nem podia. No máximo, emagreci pela fome que passei. Entre comidas diferentes mas sempre com o mesmo sabor, comida chinesa ou mexicana, eu fiquei-me pelas batatas fritas, bolachas e maçãs.
Pronto, OK, venho com uma corzinha. E aproveito para dizer que é um bocado chato uma gaja sair de 40º para chegar aqui e voltar a usar lãs e botas. Fica aqui a reclamação.

Se calçava os ténis em cor de laranja, onde quer que fosse, sempre havia alguem que me dizia que gostava dos meus sapatos.
E agradecia enquanto pensava para mim que não são sapatos, são ténis. Só para começar. E alem disso, são apenas uns ténis cor de laranja! (E eu é que pareço parôla???)

Claro que, nos supermercados, quando se dirigiam a mim com aquela simpatia que lhes rasga um sorriso profissional, aproveitei para responder em português e observar a reacção de quem ouve e não faz ideia do que lhe dizem. Mai nada, para não se armarem em senhores-muito-importantes-donos-do-mundo.


Parei nos Estados de Nova York e Pennsylvania.
Viajei pelos Estados de California, Nevada, Arizona, Novo México, Colorado, Wyoming, Nebraska, Oklaoma e Texas.
E podem calcular as vezes que precisei mostrar a identificação aos oficiais da Imigração...
Talvez consigam calcular os km que percorri e a variedade de coisas que vi.
Bom... não vi nenhum Tornado. Coisa, que, sinceramnete, não me deixa triste.
Mas passei por paisagens incriveis e pelas 4 estações do ano.
E posso dizer, sem hesitar, que gostei de visitar Beverly Hills e ver as mansões de gente pobre. Gostei de visitar Malibu e banhar os pés no Oceano Pacifico (fiquei receosa dos tubarões!), Los Angeles, Phoenix... que achei giro ver o Tom Cruise ao meu lado no seu Ferrari vermelho e ir ao Zoo de San Diego (e que bom era que por semana os nossos tivessem as visitas que aquele tem por dia!). Gostei das reservas dos Índios, do deserto de White sands, de ver o Rio Colorado em paisagens tão diferentes... entre tantas coisas mais.
Mas no topo fica Las Vegas (no grupo de paisagem urbana) e o Grand Canyon (no grupo de paisagem natural).
Cidade é cidade. O homem imagina e cria. Em Las Vegas perdi a cabeça e aventurei-me nas loucuras do Stratosphere. Não, não me atrevo a mostrar fotos a quem quer que seja que pareço uma anormal. Mas consegui ir apesar de só pedir que Deus fosse Português, ou que pelo menos entendesse o meu pedido de ajuda! eheheheheh
Fica apenas uma foto que tirei do observatório. E vão com sorte.

A natureza tem sempre em mim um impacto diferente. E por mais que quisesse, não vos conseguia descrever o que senti no Grand Canyon. É preciso ir. Ver. Sentir.
Porque é simplesmente fascinante de tão soberbo que é.


Era tudo tão XXL que a roupa, só mesmo de criança.
Tudo estranho para uma beirã.
E eu ali, de olhos arregalados a achar um bocado esquisito as portas das casas de banho publicas não serem completamente fechadas, do papel higiénico ser mais largo, das sanitas parecerem entupidas. De não ter nada em tamanho pequeno, de pedir um copo de água e pouco falta para me apresentarem um garrafão. E os teclados, enfim, claro que dá nos nervos não ter acentos para escrever correctamente (ou o melhor possivel).
Às rectas imensas das estradas e a não ter que pagar portagem. A ver as pessoas com 3 vezes o meu peso. A comprar tabaco aos mais variados preços e recorrer aos Índios para o comprar mais barato.
Era eu a viajar de camião, a dormir no camião, a comer no camião. 4 dias sem tomar banho (não, não me orgulho nadinha). A fazer pausas em paragens de camiões para ir fazer xixi e ouvir as mulheres a peidarem-se sem me conter no riso fácil. Ou brincar com outros motoristas via rádio.
Eram os olhos fixos em mim que afinal, nem me incomodaram nadinha.
Era o vizinho a pedir-me um beijo na boca.
Era eu a ouvir o meu nome distorcido.
Eu na piscina para aproveitar o calor que se fazia sentir em Lake Havasu City.
Era eu de mecânica nos ultimos dias para conseguir chegar a horas ao aeroporto.
Era eu de bagagem a rebentar pelas costuras a chegar ao aeroporto em cima da hora, com as lágrimas nos beirais, com um medo a consumir-me por sentir que podia não ser capaz. Mas fui...
Era eu que só me apetecia soluçar quando comecei a ouvir falar Português, em Philadelphia.


E eu, mais tarde, depois de 40 horas sem dormir a chegar a uma Lisboa de nuvens em forma de algodão doce a romper um azul de céu... onde me esperava um homem de olhos humidos que me fez rebentar as lágrimas há tanto tempo presas pela saudade. Sem flores, sem palavras. Um abraço apertadinho e uma multidão de olhos fixos em nós.

E agora estou aqui. De regresso à minha casa, à minha cama, à minha banheira, à minha musica, ao meu carro, ao meu blog.
A procurar um trabalho.
A viver um inicio de uma história de amor.
Com esta sensação em mim... a de que sonhei, ou que ainda não parti.

Como confissão: a todos vós, vos repito, de coração, o meu obrigada. Pela ajuda que me deram, pela coragem e pela presença. Amigos sem voz nem rosto, amigos de sombra, que estiveram aí. E isso, vale o que vale. Afinal, não é preciso muito mais... e acredito que saibam o carinho que vos tenho.
Se tenho horas em que me sinto útil quando depois do blog me chegam à caixa de correio com cartinhas que expressam ou disfarçam pedidos de ajuda, ou as outras em que se procura apenas alguem para conversar, tambem voces têm na minha vida, um papel muito importante. É por isso que não me canso de vos dizer que vos agradeço...muito.

publicado às 21:22

Bom final de semana...

Confessado por Mulherde30, em 02.06.07

jana vieras.jpg
Fotografia: Jana Vieras

Fétiche. Nome sugestivo para uma foto, de certo modo, inquietante.
A mim, desperta sentidos e obriga ao voar da imaginação...

publicado às 00:16


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