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Tudo aquilo que sou...
De repente, sem te dares conta chega um vento do norte. Frio. Daqueles que nos regelam os ossos. Ou a alma?
De rajada. Nem sequer deste conta que ele chegava assim, traiçoeiro. Tu desprevenido a veres o céu azul, a sentires na pele o tempo mais quente, as tulipas coloridas os pássaros distraídos como tu.
Assim, sem aviso nos noticiários ou alertas nas rádios.
Mas assim mesmo chega à tua vida sem te dares conta.
Uma tempestade.
Sou crente. Sei que depois chega a bonança.
Sei que o que hoje é tudo, amanhã é nada. Que aquilo que hoje é grande, amanhã já esqueci.
Da mesma forma que sei que mesmo que chegue a bonança, toda a vida ficou virada do avesso. A vida de pernas para o ar.
Depois da tempestade... a vida toda fora do lugar...
Sabes, com o tempo, não custa menos. Pelo contrário.
Sempre um bocadinho mais.
Naquele tempo pensei que não. Pensei, inocentemente, que a vida de mãos dadas com o tempo, colocaria tudo no lugar.
Hoje, sei que não é assim.
Sei que piora com o passar dos dias, depois dos anos.
A saudade é assim. Mói-nos devagarinho. Acumula-se nos espaços vazios de nós e vai deixando cada vez menos espaços onde colocar as outras coisas.
A cada dia, cada vez mais, em mil ocasiões, lá estás tu, cá por dentro a recordar-me da saudade.
Sinto-te a falta.
És sempre tu, tantas vezes tu. No sorriso, no objectivo cumprido. Na tristeza, na meta que ficou por alcançar.
E serás sempre. Sempre tu Pai.
Parabéns por mais um ano..
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