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Tudo aquilo que sou...
Fotografia: ?
Debruças o corpo na janela do carro e agitas os braços no ar enquanto me dizes adeus com as duas mãos irrequietas.
Com as duas mãos.
Como os pequeninos.
Se calhar sabes que assim transmites melhor o que não dizes mas deixas que se liberte no brilho dos olhos e nesse acenar de mãos...
Adeus... A Deus.
Com as duas mãos... como quando caminhamos lado a lado e entrelaçamos as nossas.
Uma mão não chega, falta-lhe sempre o par.
Talvez se dissesses adeus com uma só mão, guardasses a saudade presa na outra. Ou talvez as duas mãos abertas sejam a melhor forma de deixares partir essa tristeza que mói baixinho.
Com as duas mãos... melhor assim.
Uma mão tua é pequena demais para transmitir sentimentos grandes.
Sinto-te a falta.
Gostas de mim. Tanto, que me dizes adeus com as duas mãos.
Ainda bem.
É doloroso não sermos correspondidos, não é?
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