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Tudo aquilo que sou...
Eu hoje estou que ninguém me pára. Parece que tenho o diabo no corpo. Estou possuida e ainda nem anoiteceu.
Deve ter sido por quase nem ter dormido, ou melhor dizendo, ter dormido pouco.
É que depois da festa fica-se ainda com aquele bichinho, aquela agitação.
Se bem que a companhia da festa foi um tanto ou quanto trenga. Éramos 5. Dois casais e a outra (a outra sou eu). Um dos casais não falou por ter a boca ocupada (linguados e coisas do género) e o outro não falou porque estavam de trombas um com o outro. Já que estava no Andanças, fui andando e não lhes liguei pêva que já não tenho paciência para essas merdas.
A parte boa é que cheguei a casa, já sinto o cheirinho da minha terra, que o mecânico me disse que afinal não é preciso mudar os rolamentos (isto depois de ter dado 300 voltas à rotunda com os meus pneuzinhos (meus não, do carro que gaja que é gaja não tem disso) a chiarem (e eu a chiar tambem -só que eu ando a precisar mudar o óleo) e a deitarem fumo por todo o lado (claro, não é ele que paga outros)).
Mas o que quero falar é sobre o Andanças. S. Pedro do Sul. Festival internacional de danças populares.
Para todas as idades, para todos os gostos e feitios. Já se sabe que é preciso pedal para andar de tenda em tenda a dançar e a pular ritmos todos diferentes. Para quem não se aguenta há os bares... e depois o pessoal a tentar sair de lá completamente trôpego (eles ainda acham que a cerveja mata a sede...)
Nunca vi tantas rastas juntas... ao pessoal que por lá pernoita, já que é tudo non stop, aos que acampam a semana inteira a fingirem que são hippies e os outros que o são mesmo, parece-me que tudo se torna numa competição para ver quem fica mais sujo ao fim dos 6 dias de loucura total.
Adoro estes ambientes, mesmo não sendo um estilo de vida nada parecido com o meu (que aqui a gaja gosta do cabelo esticado e usa salto agulha quando lhe apetece, nada de piercings nem tatuagens nem trapos no cabelo). Mas é bestial ver este meio. Descontraídos, ...( ah, vão atacar Portugal com uma bomba atómica? que engraçado... e será que podemos acampar para ver o espectáculo?) com ar de quem não quer saber de nada, e indirectamente lá nos mandam à merdinha, a nós, os preocupados com as coisas que não têm que ver com a natureza já que é a natureza que lhes "oferece" as ditas plantinhas milagrosas.
(eu sei....às vezes exagero, mas acho piada, não se ofendam e por favor não me levantem um processo que nas duas ultimas semanas paguei duas multas (velocidade e estacionamento) é que não sou rica para pagar a um advogado e não o posso fazer com o corpo porque este corpinho aqui é sagrado).
São as idades diferentes, as linguas diferentes (que não os impedem de a espetar na boca de outro de lingua diferente) e é vê-los estendidos pelo chão a rirem-se para mim com um ar alucinado (talvez eu tenha cara de charro)... mas pelo menos alguem me escancara um sorriso, não é como esses meninos da cidade que vestem fato Armani e óculos Gucci, que pensam que se partem se disserem olá, que parecem daqueles asiáticos sempre com cara de enjoados, que não fo*** nem saem de cima, tipo couvinhas sem soda.
Eles até podem cuspir para o chão, vomitar, coçar os tomates, arrotar (só não ouvi nenhum a peidar-se, se bem que de vez em quando notava uns cheiros estranhos), mas sorriem e dizem olá e boa noite.
Mais que isso: são gentis para não me deixarem escorregar pela ladeira de terra batida e evitarem que me estatele no chão, suja e ensanguentada, dando-me a mão para me apoiar. Ah pois é....
O que é certo é que até chega a dar vontade de mandar tudo à merda e juntar-me a esta comunidade. Deixar de me importar com horas para tudo (para dormir, levantar, trabalhar, comer), cavar um quintalinho com batatas e criar galinhas, mandar à fava o banco a quem todos os meses lhe pago o carro que conduzo e trocá-lo por um burro ou por um cavalo(que aposto que o que pago de seguro o alimentava com palha o ano inteiro e esticando ainda lhe pagava as vacinas no veterinário.)
Só não me peçam para não conseguir remexer no meu cabelo enrolado a parecer minhocas, cravar os dedos e massajar-me o couro...é que acho um piadão às rastas, mas usá-las? Nã...rástaparta! hehehehehhe... nem colocar brincos nem piercings pelo corpo ou tatuagens, digamos que eu seria um estilo hippie-zen
E no próximo ano, Andanças, contem comigo. E prometo dedicar-me para ver se nas danças não ando sempre no sentido contrário de todos os outros.
Até lá, paz (na nádega esquerda mas devagar para não ficar com marcas) e muito amor....
yô....
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