Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Tudo aquilo que sou...
- Amo-te a ponto de te odiar.
Não me leves a mal. Nem sequer acredito que o amor e o ódio andem de mãos dadas, mas a verdade é que só te posso odiar se te amar.
Se não te amasse, serias apenas uma pessoa. Podias ser indiferente, podias ser desprezado e pronto.
Mas não. É por te amar que tenho horas em que te odeio tanto.
E odeio-te, não porque não te ame, vê tu.
Odeio-te quando me fazes ser uma pessoa que não sou. Odeio-te nas horas em que deixas sair de mim o meu pior. Odeio-te quando te falo e parece que não me ouves, quando fazes as coisas pela metade, quando interpretas tudo mal. O que digo, quando não digo, o que faço e até o que não faço.
Odeio-te tanto. Se não te amasse, mandava-te à merda e pronto. Saías porta fora e ias à tua vida. Odeio-te e odeio-me quando digo que estava melhor sem ti. Depois tenho medo que Deus me castigue e que vás mesmo.
Odeio quando falas alto. Já viste que quando as pessoas estão apaixonadas falam baixinho? Não é para que os outros não ouçam, nada disso. É apenas porque os corações estão perto e ouvem-se bem um ao outro. Com o tempo, os corações afastam-se e as vozes têm que se elevar para que o outro ouça. E o outro ouve e os vizinhos também.
E odeio ainda mais quando andas por aí por casa como se vivesses sozinho, falas a resmungar, fazes tudo como se fosse um frete e à noite ainda bufas porque me vens falar de sexo e eu não quero.
Fode-te. Que eu não sou mulher de algumas horas. Ou me tens sempre ou acredita, não me tens pela metade.
Quero lá eu saber que amues e que batas uma às escondidas. Quero é que me trates bem, como me tratavas num tempo quando eu, iludida, pensei que fosse para sempre assim.
Eu sei, para sempre não existe, ensinaste-me e até por isso te odeio.
Odeio-te tanto. Há momentos que só queria que fosses embora.
O problema é que te amo.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.