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Tudo aquilo que sou...
Fotografia: Kazuo Okubo
Adormeci a pensar em ti. E acordei com um desejo de voar... contigo.
Queria esquecer o mundo e encontrar-me na tranquilidade de quem se dá só porque sim. Só porque nem sempre é fácil decidir entre o querer e o dever. Só porque há desejos que pulsam em nós e não nos deixam descansar. Só porque nos sentimos perdidos e dizemos que não, quando só queríamos esquecer a vida e dizer que sim. Deixando as horas e o mundo correrem devagar.
Queria ser livre contigo num qualquer lugar, sem pressa, sem medo. Deixar-me tentar, só porque tenho vontade de ti.
Queria que fôssemos capazes de viver e não apenas sonhar.
Chegar-me mais perto. Perder a vergonha e dizer-te sem pudor que quero fazer amor contigo. Agora.
Abraçar-te, encostar a minha boca à tua, procurar-te a língua. Embrenhar os meus dedos nos teus cabelos, tocar-te o rosto. Olhar-te. Sentir-te o pulsar do sexo, mil mãos em mim, docemente, nas nádegas, nos seios, nas coxas, na cintura, nas costas, no ventre.
Despir-te vagarosamente, espalmar a língua em cada pedaço de ti, demorando-me nas curvas do teu corpo, viajando para o sul do teu ser.
Encostar-te a paredes, rebolar na cama, no chão. Só porque o amor é grande, fazê-lo contigo, construindo-o.
Abocanhar-te o sexo, roçar os corpos, rasgar a pele. Por prazer. Por desejos contidos. Por vontade. A boca, a língua, a saliva mergulhada na carne do teu sexo duro, de veias luzidias, o teu sabor em mim.
Ser êxtase, sufoco, delírio, suor e prazer. Deixar voar os desejos satânicos e profanos, o tesão. Ser o verso e o reverso de ti. Puxar-te para mim, querendo-te num balanço como as ondas do mar, de arrepiar a pele e os sentidos.
Deslizar o corpo suado, molhado, colado ao teu. Sentar-me no teu regaço, descendo devagar. E tu a procurares o centro de mim, enchendo as tuas mãos nas horas em que não se pode esperar.
Movimentos vagarosos ou vigorosos. O mel no ventre, nos seios. O orgasmo. A libertação. O descontrolo. Soltar os gemidos.
Os corpos cansados e entrelaçados, perdidos e achados no meio de lençóis. O descanso. A tranquilidade. O recomeçar.
Banhos temperados, perfumados, a cama mesmo ali, gritando os nossos nomes num silêncio quebrado pelos sons do prazer. E nós na pressa de quem não quer acabar.
Sentir que a vida, nem sempre se passa lá fora chamando por nós. Muitas vezes ela está presa em quatro paredes, dentro de nós, enquanto uma espécie de amor encantado une as almas de quem se quer bem.
Enlouquecer numa loucura sã. Seguir a vontade e esquecer o resto do mundo. Tornar a vontade superior à culpa sem pensar no depois.
Desejos dormentes, latentes, que palpitam por dentro de mim. Como queria ter-te aqui, agora... para sentir os teus dedos no lugar dos meus.
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