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Tudo aquilo que sou...
Tenho momentos assim... em que dou por mim a cantar baixinho, só para mim, por vezes sem um som que outros possam ouvir, esta musica. Como se fosse apenas a alma a cantar.
Nem sei porquê. Dá-me paz. Se calhar até é tristeza e nem sei.
Mas gosto. E quando gostamos nem precisamos explicar porquê.
Talvez seja uma forma do peito ter outra vez pertinho, as pessoas que os olhos já não podem ver. Um jeito meio triste de me obrigar a ir para dentro de mim.
Procurar-me lá no fundo, onde faz eco. Onde muitas vezes gosto de estar mesmo que ao meu redor nem sempre compreendam essa necessidade que tenho de me empurrar para dentro de mim até me sentir pronta outra vez para seguir em frente.
E por vezes me abandonar por algum tempo numa berma qualquer desta estrada da vida.
Hoje, em jeito de confissão, digo-te que a canto para trazer para pertinho de mim o meu pai.
Sabes pai... sinto-te a falta. E nesta etapa feliz, sinto-me triste apenas por não ter aqui o teu regaço.
Deixa-me chorar... a saudade tem que transbordar por algum lado. E as palavras, já se sabe... não dizem tudo.
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