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Tudo aquilo que sou...
Por muito que a ideia não me agrade nada nadinha, tenho que aceitar que devo ter um problema e não deve ser tão pequeno quanto isso.
Penso tanto sem nunca chegar a nenhuma conclusão. Mas tenho umas quantas suspeitas...
É que tenho horas que me sinto o patinho feio...a maior tansa entre todas as coisas que mexem...
Saio à noite com as amigas, elas, com aquele olhar felino, com olhos inquietos à procura de uma presa com as poses sensuais e decotes com mamas que se vêm lá dentro (não são como estas micro mini mamas que eu tenho) e dizem-me:
- Olha Raquel, aquele é todo giro, está a olhar para ti....
- Não, deve estar distraido.
É que para mim, nunca ninguem me olha, nunca ninguem me vê...e se vê, é suspeito!
E elas lá na caça. Por vezes entro na brincadeira, mas só mesmo por brincadeira. Elas entram e dizem logo quem está, onde está com quem está e eu, sempre absorta.
- Viste o A B C?
- não....
Eu nunca vejo. E quando vejo são sempre os pormenores. Ou seja, aquilo que elas não vêm...analiso os comportamentos, rio-me de certas coisas que vejo...e fico feliz se der à primeira com a casa de banho das mulheres....
Tenho a sensação que devia ser loura, de tão distraida, mas pelo menos Deus livrou-me desse desgosto. Pelo menos isso!
E depois se cruzo o olhar com alguem, esta timidez não me permite manter mais que 2 segundos....não vá ele entender isso como um convite, ou tenha poderes mágicos para ver o que penso. E como se não bastasse, desvio sempre os olhos para a pila... ainda me enterro mais de vergonha... que merda.
E claro, o mau feitio não ajuda muito...
Chegam-se a mim e oferecem-me a capirinha que eu não bebo, que dou às amigas e ele com cara de frustrado. Desculpa lá.... mas é que nem para te fazer o jeito bebo o que não quero.
E eles a tentarem, mas que fazer? Não me despertam aquela parte trancada, o desejo de conhecer, de saber mais, como que a dizer: hey libido, aqui estou eu!...
Es muito bonita. Pois sim, a bebida danifica os nervos ópticos...deforma a visão!
Bebe, bebe.... e verás com quem acordas!
Posso conhecer-te?
Ah, não te dês ao trabalho, ias desistir de qualquer maneira...é que nem eu me conheço.
Mas tenho dias em que me esforço, até que elas se lembram que eu ando ali (ou seja no momento em que vem a tal louraça que lhes leva a presa) e me descobrem, sentada, já com os olhos esbugalhados e cara de incrédula a ouvi-los falar que são uns coitadinhos, que ninguem lhes liga, que só queriam encontrar alguem....blá blá blá. Conversas do costume.
E não entendo bem como os homens dizem que evitam dizer a palavra "amo-te". É que eles dizem isso aos amigos, amigas, namoradas, conhecidas e afins...mas será que alguem acredita? Ah que tal, custa dizer isso, que tal, não consigo dizê-lo, que tal....Foda-se, pá...vocês, bêbedos é o que mais dizem! Só que não se lembram! Digo eu....
É que, sejamos sinceros, dizem mais depressa amo-te que o nome...o que acontece é que deve ser uma palavra nada sentida. Por aí, sim, já acredito....
E lá vêm elas salvarem-me.
E diga-se que sempre me saem as figuras mais tristres que existem no sitio. Um amigo diz-me que é porque esses já nada têm a perder, os outros, são cagões, com medo de ouvir algo que não seja: claro, querido, vamos para tua casa...nem se atrevem a chegar perto. É o medo, diz ele. Eu não acredito muito, acho que é só mesmo para eu não pensar tanto qual será afinal o meu problema. Mas finjo que acredito porque os homens gostam sempre que as mulheres acreditem nas suas mentirinhas....
A verdade verdadeira, é que as coisas mais lindas que ouvi foram de homens com estilo gregoriano (leia-se homens que quase dão no vómito. Vómito, gregório. Gregório, estilo gregoriano).
Se bem me lembro, todos os meus amores entraram de rompante na minha vida. Não foram conhecidos em bares nem nas moitas. Como se a vida os tivesse empurrado para mim.
Mas tenho que aprender a ser mulher, que isto assim não dá com nada. E convém que me despache...é que aos trinta já cheguei.
Vou com elas às compras até que já não aguento mais e lá me sento, à espera que vejam todas as lojas, todas as peças, experimentem todos os modelitos, se metam com os gajos...e por aí fora. Eu lá me vou entretando a espreitar os brincos e os colares. É que não tenho paciência para estar ali num cubiculo a despir-me para experimentar um retalho de pano.
E depois elas sempre vêm que fulana está mais gorda/magra. E eu vejo-as sempre na mesma. Elas dão conta se a roupa é nova e eu acho-as sempre bonitas porque são minhas amigas. Acredito até que se alguma se chegasse nua ao pé de mim, era bem capaz de lhe dizer:
- olha que és capaz de ter frio....
Puxa.... que merda. pareço uma menina de 1.74m com pintelhos que usa fio dental, meias de ligas e saltos altos. Ou uma menina de ténis e peúgas com bonecas, cuecas amarelas, azuis, verdes, cor de rosa....
Custa-me a soltar a leoa, a fera, a deixar evaporar a sensualidade em frente a tantos.
Patinha feia! Sim, tu, Raquel!!!!
É que olho para as outras, as que vejo como mulheres, e poucos traços lhes vejo idênticos aos meus.
Pronto, sou distraída....mas será isso um problema assim tãããããoo grande?
Acho que sim.
Isto para não pensar em todos os outros defeitos ou feitios que devem dar para preencher um rolo de papel higiénico....
Quer dizer que estou mesmo fod***...
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