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Tudo aquilo que sou...
Hoje não me apeteceu sair da cama.
Queria ficar ali a ouvir a rádio e a chuva que cai, miudinha, lá fora.
Queria ficar numa melancolia que não é tristeza...que é estado de alma, de ser.
Queria ficar perdida em lembranças que me pudessem fazer sorrir... mas um sorriso tem mais valor quando é partilhado...
Queria lembrar que gosto da chuva, afinal. Que tenho a saudade dos beijos de chuva... de lábios que se procuram e que entre um olhar e outro, se encontram e se misturam com gotas de água. Beijos partilhados...
Queria ficar enroscadinha em mim. Buscar as respostas certas para perguntas que ficaram por fazer. Descobrir verdades que não são minhas, quem sabe até libertar-me do peso dos segredos.
Queria ter conversas de travesseiro, fazer amor. Mas daquele amor que não é urgente...um amor, tambem ele, melancólico. Um amor que se faz quase em silencio...por amor. Quase um amor sofrido.
Ter um peito onde me encostar a sentir um coração que batesse compassado, melancólico.
Um deslizar de mão pelas costas, pelo rosto pelos cabelos. Mas esse corpo não existe, não estava lá. Ninguem dividiu comigo o som da chuva que batia na janela.
Não me abracei nem abracei ninguem... não há ninguem para a braçar numa cama que já nada tem para me dar... uma cama que de tão imensa fica vazia, com espaços, tantos, por preencher. Uma cama melancólica, como eu. Como me sinto hoje.
E por me saber melancólica, levanto-me. Obrigo o corpo ao que ele não quer.
Saio de casa, sorriso num rosto... rosto que olho ao espelho e que sei que um dia, conseguirei encontrar aqui dentro uma Raquel que eu possa amar. E que alguem possa amar, de verdade.
Quem sabe amanhã?...
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