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Tudo aquilo que sou...
Fotografia: Nelson
O boy decidiu concretizar um sonho antigo. Comprar uma moto.
Euzinha, queria uma viagem a dois lá para os lados dos Estates (que experimentei e agora não quero outra coisa).
1-0
Ganhou o boy.
E eu vejo a minha viagem concentrada naqueles 200Kg que mais me parecem uma tonelada.
Ok, alguem tem que abdicar de alguma coisa.
Pensava eu que se comprava o raio da mota e a coisa ficava por aí. Não, engano meu.
Porque tinha que aprender a andar e tirar a carta. E eu a dizer-lhe que aquilo era um bisonte, que não podia com ela. Resolve-se o assunto e lá me monta numa mini mota do meu brother. Já pus a 1ª e a ª. Não deixei ir abaixo nem saquei cavalos. Gritei que nem desalmada e fiz uns 100m. Pronto, não me chateies mais.
Porque depois é o capacete. Eu, que sou resolvida, optei por um às flores e o caso encerrou. Ele, de tantos modelos que vê, ainda não decidiu. Tudo bem...
Mas depois é a reclamação da pendura (eu). Que tal não podes fazer força contrária à curva, que tal, senta-te bem, que tal isto que tal aquilo.
E eu a reclamar porque passo o tempo a dar com o capacete no capacete dele (se calhar é mesmo para isso que eles servem).
E tudo continua... a falar da mota. Que a mota assim, que a mota assado.
À noite, já me tinha habituado a sermos 3 na minha cama: eu, ele e o portátil (dele, claro que eu mal me deito, durmo).
Agora somos 4. Eu, ele, o pc, e a amante. Sim, ele monta-a muito mais que a mim. Não por falta de tentativa, mas já não me aguento à bomboca depois de tantas horas de trabalho. Já não tenho 20 anitos, nem 30. ehheheheeheh
Enfim... um dia, espero, será apenas a moto e pronto. Digo eu que nada sei.
Devia ter férias em Maio. Não tive. Daí sentir-me a dar o tilt e a não dizer coisa com coisa. Ou que a qualquer momento, me passa uma coisinha má pelo corpo, como se estivesse possuida e caio em desmaio profundo pelo menos 72 horas para poder descansar.
Outros dias tenho em que não digo nada, de zombie que ando. Para variar...
Mas o boy, que até é porreiro e parece que gosta de mim, lá me tentou e eu caí na tentação.
3 dias fora. Parece-me bem. É justo. Justissimo. Mereço. Tudo bem que não compensa a viagemaos Estados Unidos, mas o gajo até se esforça. Deve ser porque já não aguenta as tentativas falhadas por causa do meu cansaço fisico. É que eu tambem tenho um amante: o trabalho. E diga-se que me deixa bem fo**** ao final do dia. Ou da noite.
Norte... hum... gosto.
Tá tudo muito bem.
Só não gosto da parte de ir de mota.
Por várias razões:
- Ele fala e eu não ouço. Sim, eu sei, há intercomunicadores. Mas na lista, antes disso, já se pediu luvas, sapatos, casacos e afins. Despesas, portanto. E eu continuo a pensar que ficava muito mais barato a viagem.
- Eu falo e ele não ouve. Vai portanto nas suas sete quintas.
- Faço uma viagem estoirada, depois de um dia de trabalho. Nem sequer posso fazer uma sonequinha e se tentar, aposto que com a queda acordo num instante. Ou não...
- Não posso fumar...
- Vou ali sentada sem nada para fazer. Aborreço-me.
- Fico à rasca do cu.
- Não tenho um espelho só para mim.
Resultado: não me agrada esta parte, ir de mota. Até porque imagino que o rabo, no dia seguinte, nem me vai deixar fazer nadinha!
E pior que tudo... o gajo acha mesmo que eu, Raquel, posso ir 3 dias para fora e colocar tudo aquilo que preciso ou quero ou me apetece levar, numa top case de 36 Lt. É normal?
Não, não é... com certeza o meu boy deixou algures a nave.
Bom, tudo isto para dizer que vida de gaja, não é facil. E quem pensa o contrário, engana-se.
Seja como for, eu vou.
Depois?
Bom, depois logo se vê se venho ou não de comboio...
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