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Tudo aquilo que sou...
Entre médicos e urgências de hospitais, lá me disseram que estava doente. Grande novidade. Como se eu não soubesse, às dores que tinha.
- Vá para casa e descanse.
- Mas o que tenho, afinal?
- Não sabemos, só daqui a uma semana, depois do tratamento é que a vamos analisar outra vez e perceber.
Ah, daqui a uma semana. Talvez na autópsia seja mais fácil, certo?
Mas bom, se andei uma semana com dores, ando outra de descanso, a sentir o corpo a criar raizes na cama, aborrecida.
A ver televisão nos programas divertidissimos da tarde, chegando a ponto de apetecer ligar e gastar 0.60 mais IVA para responder a questões simples e ganhar dinheiro.
E o aborrecimento prolongou-se e eu, toca de ligar.
- Ainda não foi desta, tente outra vez! - disseram do outro lado, numa voz irritante.
- Estupida.
E chove tanto que tudo fica mais aborrecido. Não me apetece ler. Podia sentar-me aqui e esmiuçar-me por dentro, escrever, deixar-me voar. Não me apetece. Se calhar devia deixar de lado o robe, tentar esquecer a dor e responder às cartinhas que se acumulam. Mas nem isso.
Que merda.
Podia ir lá para fora, apanhar sol. (Raquel, já é noite). Mas não. Chove e eu vejo-me fechada em casa, doente. E pior que isso, nem sei o que tenho.
Quer dizer que estou mesmo fod****.
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