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Sentir

Confessado por Mulherde30, em 29.03.05

seducao1.jpg


Sentimos sempre a falta de alguma coisa. Eu sinto sempre. Hoje, precisava do sol.
Parece que o céu chora a minha felicidade. Estou assim, de sorriso na alma que o rosto não mostra.
Sinto paz...e no fundo, talvez precisasse sentir guerra. Porque preciso sempre de me esconder? Porque tenho medo de ser amada, muito mais do que amar?

Mas esta sensibilidade que sinto, que tenho, devo-a a quem me olhou e mais que isso me viu.
Consegui abrir o véu. É por isso a minha sensação de quase tudo. Quase eu. Quase eterno. Quase para sempre. Quase perfeito.
Já não me recordava desta sensação de ser Ser sem deixar de ser. De não ser a mulher eterna mas ser mulher presente e amada.
Quando se sabe que não há futuro, que não corremos o risco de sermos amados, tudo fica mais fácil. Apetece cair...mergulhar num mar azul sem medo de perder o pé...sem medo que a força desvaneça e não se consiga nadar para terra firme.
Quando se sabe que amanhã nunca vai acontecer, não precisamos de promessas nem fingimento. Precisamos sim sentir. É o que faço agora: sinto. E gosto.
Quando adivinhamos em alguem coisas que desejamos, desejamos tê-lo e ser nele e com ele, sendo nós. Sem perder o nome. Sermos essência. Deixar de lado os restos do passado e pôr pontos finais em histórias mal acabadas que tambem não apatece acabar.
Querer apenas recusar pedir, esperar, receber. Recusar seja o que for. Dar apenas.
Darmo-nos sem perder nada de nós, sem nos perdermos. Darmo-nos, só.
Encostar a cabeça num peito e saber que não é preciso mais nada para ser feliz.

Quanto ao final de semana que passou, vou usar as palavras de outro alguem. Talvez com medo de que não encontre a sintonia exacta para descrever. Talvez porque seja tudo mais fácil. Talvez porque encontre noutras palavras quase tudo o que quero dizer e não seria tão verdadeira. Muitas vezes no papel não se descrevem estados de alma...escreve-se apenas. E nesta altura, escrever não é o que quero, para não quebrar o encanto. Quero sentir e ter a certeza que vivi. Quero não pensar nem explicar. E não sei se transmitiria realmente o que me diz o coração.

"Quando veio, mostrou-me as mãos vazias.
As mãos como os meus dias: tão leves e banais.
E pediu-me que lhe levasse o medo, eu disse-lhe um segredo:
- não partas nunca mais.
E dançou, rodou no chão molhado, num beijo apertado, de barco contra o cais
E uma asa voa a cada beijo teu
esta noite sou dono do céu
Eu não sei quem te perde
Abraçou-me como se abraça o tempo
a vida num momento, em gestos nunca iguais
E dançou, cantou contra o meu peito, num beijo imperfeito roubado nos umbrais
E partiu sem me dizer o nome, levando-me um perfume
de tantas noites mais..."

publicado às 19:48


Confessionário

De karina oliveira a 30.03.2005 às 09:17

LINDO LINDO LINDO

As tuas palavras são o máximo.Adoro ler o que escreves, sempre! Tenho o coração vazio com falta de sentir! Mas através das tuas palavras consigo sorrir! Transpões as tuas palavras com toda a alma e admiro isso. Continua assim, fecha os olhos e recorda....às vezes quando se escreve perde-se a magia porque nao era bem aquilo que se queria dizer. BEijos e escreve sempre! karina

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