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Tudo aquilo que sou...
Fotografia: Mario
Se tivesse a coragem, por um dia que fosse...
De dizer que sim..
De sair por aí, perder-me num corpo estranho, perder o pudor, deixar-me levar.
Se tivesse a coragem...
Hoje, talvez hoje. Talvez hoje deixe de lado a vergonha. Talvez hoje deixe que a tentação me leve por caminhos de suores, de toques, de sensualidade à flor da pele.
Hoje que o dia está morno e que cá por dentro só queria libertar o desejo, o prazer, os orgasmos, o delírio, os gemidos.
Seguir viagem contigo... por caminhos incertos levando no corpo a vontade deserta de ti. Sem querer pensar se depois tudo irá terminar. Sem pensar onde essa estrada nos irá levar.
Esquecer o mundo e partir.
Simplesmente.
Chegar-me a ti. Tocar-te. Beijar-te. Sentir-te.
Deslizar o corpo suado no teu, procurar-te a lingua, querer-te em mim. Olhar-te e ver-me nua no teu olhar. Ter as tuas mãos cheias que agarram a pele que grita que já só se quer rasgar...
Sentar-me no teu regaço, unir a humidade dos corpos que gemem baixinho por tesão reprimido, dizendo-te ao ouvido que te quero.
Quero-te sem passado, sem história, sem mágoas nem tristezas. Quero-te apenas. Simplesmente.
Hoje vou perder-me por aí... talvez adie há tempo demais a vontade que me corrói por dentro, devagar. Mas amanhã pode ser tão tarde...
Porque não hoje?
Deixar-me levar. Cansar o corpo, dar descanso à alma povoada por pensamentos satânicos...
Hoje... hoje farei amor contigo ( e amor faz-se? ou constrói-se?)
Será hoje...
Dizer que sim.
Perder-me.
Entregar-me.
Encontrar-me.
Simplesmente.
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