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Tudo aquilo que sou...
Há dias assim. Terriveis. Dias que não chegam ao fim e quando chegam, parece que ainda nem começaram. A cabeça num rodopio, os nervos miudinhos a aflorarem a pele.
Dias como o de hoje em que só queria...
Não sei. Nem sequer sei o que queria.
Talvez que tudo ficasse suspenso. Como os jardins da Babilónia em jeito de maravilha. Como quando em crianças inspiramos muito antes de mergulhar e nem sabemos o que aconteceu, como se não existissemos lá em baixo. Apenas sabemos que estivemos debaixo de água quando os olhos aflitos e a respiração a encher de rompante os pulmões, quando já à tona de água.
Como um inspirar de vida e depois, nada.
Ir ali só para morrer um bocadinho e depois voltar. Sabes como é?
Talvez que o mundo parasse. O relógio ficasse quieto, que ao meu redor tudo ficasse mudo.
Para não ouvir. Para não sentir. Para não falar. Para não pensar. Não sorrir. Não amar.
Nada.
Ficar encolhida num canto sem medo de nada porque nada mexe, nada avança, nada existe.
Quieta apenas.
Dias em que pudesse por momentos, não viver.
Hoje, não me apetece viver.
Sem que isso signifique morrer ou querer morrer.
Deve soar-te estranho. Mas hoje, nem sequer quero explicar.
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