Se formos falar de naufrágios...Bom, nunca mais terminamos esta comunicação cega. É tudo tão triste. Eu naufraguei primeiro, depois tu, depois eu e depois tu. As minhas mãos, e o teu cabelo, e o cheiro do teu cabelo. E as lágrimas que choramos, e as músicas tão bonitas que davam no teu rádio. Não há vida suficiente para este amor. Qual de nós naufragou? Amanhã esperam-nos os gigantes do mundo e os homens, os negócios e o dinheiro... Não se pode parar. Força, pra frente... Obrigado pelas tuas palavras.
P/ ANA TERESA: (vou andar um bocadinho à deriva, posso?)... naufraguei eu quando me deixei levar pelo que sentia a nascer em mim. Sem ter notado que já tu tinhas naufragado dentro de um lugar que tenho no peito e ao qual chamam coração. Mergulhamos o corpo no mar, os dedos nos cabelos, como dizes, mergulhamos os olhos num olhar, mergulhamos sem pensar que podemos não voltar à tona. Vamos naufragando Ana, num dia um, noutro outro. Sem muitas vezes darmos sequer conta, quando estamos à superficie, que ao nosso lado alguem vai naufragando, devagar. B'jinhos
P/ RUI: tambem tenho momentos destes, sabes? Mas explico: gosto de fotografia, já sabes. Quando olhei esta, foi isso que me fez sentir. Como se estas bateiras da Pateira de Fermentelos me fizessem olhar por dentro e tentar saber qual delas sou eu, qual delas és tu. A que naufragou ou a que se mantém à superficie? Pensa nisso. Olha para a fotografia, olha-te por dentro, procura saber o que quero eu saber. Encontra a resposta. Depois deixa-me saber...b'jinhos
P/ NUNO E ANA: pode sim, pode ser um submarino... o submarino submerge mas não naufraga (enquanto não meter água) gostei desse teu olhar sobre a questão...b'jinhos